quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Por entre os vidros


"O cientista não é um ser que vive à procura da glória ou do sucesso e a evitar o fracasso. Sob esse aspecto, vejo o cientista como um ser que abre ou fecha portas. Se nada de minhas teorias se justificar, gostaria de passar para a história da ciência como alguém que fechou a porta de um labirinto imenso e que não dava em lugar nenhum. Psicologicamente falando, isso me basta. O que não posso é ignorar a existência desse labirinto, apenas para agradar os físicos 'modernos', que pretendem que eu o coloque debaixo do tapete."

Eu não sou ciêntista, sou apenas uma mulher.
Uma mulher que procura a glória, o sucesso e o reconhecimento mas não vive para isso.... uma mulher que teme o fracasso mas não deixa de caminhar com o medo de errar.

Uma mulher que abriu muitas portas, fechou outras quantas e deixou o seu rosto preso às vidraças da tua lembrança....

Nada de mim e das minhas teorias de mulher adulta se justificariam se achasse que tudo foi um engano, e apenas um acaso de vidas que se cruzaram....

Não posso ignorar a existência desse teu labirinto, mas não posso deixar que isso me faça acreditar que o que sinto não me levará a lugar nenhum.... isso faria de mim o teu engano!

Incomoda-me, é certo, a tua não expressividade perante mim, mas entendo que é apenas o teu modo inseguro de lidares comigo!

Uma especie de ancora presa ao que és capaz de dar mas temes, uma invulgar capacidade de refutar o que sentes, uma incapacidade de assumires que a tua vida não será para sempre uma eterna janela para o mundo, e onde retêns tudo o que queres que venha ao de cima!

A consciência de sermos vulneráveis também me assusta, também me assusta saber que também eu vivo suspensa no respirar de alguém....

O meu olhar está colado ao vidro dessa tua janela desde então, temendo que um dia as cortinas se fechem e eu perca esta lucida visão dos teus olhos castanho intenso.

De mim para ti com amor.



http://www.youtube.com/watch?v=TNeCPGHrjr0

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