sexta-feira, 24 de julho de 2009

Memórias

Tudo o que a nós pertence a nós virá.... A paciência é tudo o que sobra quando a esperança se foi!

Cada vez que ouço isto, algo me diz: give up!




E como se faz?
Quem me diz como esquecer velhos fantasmas!
Quem me ensina que o caminho é para frente?

É uma dor miudinha, que se instalou e vai ficar!

Mas eu sempre soube, e afinal - o prometido era não esperar!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Frase de agora!


Porque tem vezes que tropeçamos nos sentimentos, porque tem vezes que os sentimentos nos atropelam....
Porque quase tudo é quase nada, hoje saboreio o pouco que tenho, no quanto me deixaste.
Eu permaneço debruçada sobre mim, sempre com a mesma questão: are we human or are we dancers? Let me know if my heart still beating.





Because is only you!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Não te quero, ai não te quero

"Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego."


Pablo Neruda

Amar na impossibilidade

"Eu pertenço a um tipo de mulheres que só vivem a plenitude do amor na distância ou na impossibilidade.
Sou aquilo a que se chama uma mulher impossível, porque amo com todas as minhas forças os homens que por uma razão ou outra não posso ter.
Para mim, o amor é a própria luta pelo amor, não é uma construção ou uma edificação.
Por isso, não crio as bases para ter uma família e ser uma esposa exemplar.
Mas estou certa que o meu encanto é justamente esse."

In "Sei Lá" de Margarida Rebelo Pinto

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ela III


Voltou a sentir-se desconfortável nesta sua nudez de sentimentos.
Pulvorizada pelos odores que ainda habitavam na sua pele, demorou a aceitar a desocupação, mesmo que imaginária, desse corpo no seu.
Não que sentisse ainda o peso debruçado sobre as suas costas, não que o ouvisse ainda respirar por detrás da sua nuca, mas porque as lembranças são sempre muito mais difíceis de ir embora! E esta permanecia guardada nesse sotão do olhar, a alma.

E o pior é que em tempos se achou curada.

Em tempos foi um tempo tão antigo....

Sentiu-se despojada de si, completamente transponivel.

Saíu, como faz sempre que se sente esmagada contra o chão do seu quarto.
Não levou consigo a alma, não levou consigo os fragmentos dessa lembrança, dessa vivência.
Achou que a leveza da noite lhe traría alguma paz. Que os passos mudos do mundo lhe devolvessem o caminho, agora empedrado!

Devolveu-se à noite.

Respirou fundo e voltou a casa, onde a alma a esperava sem sobressalto, sem vontade de se despir novamente a esse odor de outros tempos, sem se tornar vagabunda da sua própria submissão!

Ergueu os ombros, mesmo de coração perdido, porque a alma guarda sempre em lugares inacessíveis as lembranças dificeis.

Desfez a cama e dormiu.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Depois e crescer!


A parte dificil de crescer, é ter de se encarar a vida tal qual ela é.
É ter de tomar decisões e aguentar as suas consequências. É não podermos mais deixar ser os outros a decidirem por nós, e responderem por nós!

Tomar decisões, na maioria das vezes coloca-nos desconfortáveis, trás-nos momentos de anciedade....
Muitas das vezes adiamos problemas, resolução de conflitos porque não somos capazes de tomar uma decisão que nos leva por um caminho ou por outro, com medo do que cada um deles nos trará mais adiante.

Muitas vezes deixamos que as coisas (embora mal) continuem como estão, principalmente no campo afectivo, porque não queremos agitar as aguás paradas do nosso quotidiano.... achamos que se não falarmos haverá de passar, que se não dissermos nada haverá de se resolver, que se não nos manifestarmos ninguém dará pelo nosso desagrado, e nós acabaremos por nos habituar a este novo desconforto...

Será sempre uma questão de mentalização.

Mas continuar a marinar nesta instabilidade, nesta insuficiência de nós mesmo, nesta baía que não vai a lado nenhum.... fará com que nunca cheguemos ao mar, fará com que nunca saibamos o que está para além deste submisso conforto, desta confortável revolta que é só nossa.

Não dizer nada, pode levar, sem darmos por conta ao afastamento de quem nos está próximo, porque sem percebermos vamos criando barreiras intransponíveis, porque nos vamos aconchegando na nossa concha sem permitir mais ninguém.

Se tivermos de dizer: "estou zangado".... porque não? Se o estamos, porque não dizer?
Consumir as palavras dentro de nós, tornar-nos-á ecos dos nossos próprios demónios, e a partir daí restar-nos-á monólogos de consciência.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Coração pequenino, alma imensa

Hoje tenho o coração pequenino.... demasiado pequenino, demasiado perdido, ferido, maltratado!
Hoje tenho o coração magoado, mas a alma é imune, e consegue a proeza de guardar no seu recanto mais esquecido, nos escombros da lembrança a tristeza....
Assim tenho o coração pequenino, mas a alma não se lembra, nem tem registo do porquê!????
A alma protege o corpo das dúvidas do coração, por isso conseguimos erguer os ombros e olhar em frente, mesmo quando o coração nos abandona e se perde não sabe bem onde!

Assim sou eu hoje!

Desabafo

Há pessoas que ocupam um lugar demasiado importante na nossa vida, ao ponto de sermos incapazes de conceder a nossa vida sem elas.
Apesar de sabermos que cada um de nós nasce e morre sozinho, que cada um de nós constroí a sua vida independentemente uns dos outros, a verdade é que dependemos da sua força, da sua presença (mesmo que distante), da sua vida e do seu apoio para prosseguir!

Eu tenho uma paixão assim, o meu verdadeiro pilar, a minha estabilidade, a minha paz interior... a minha consciência quando tudo desaba, a minha segurança quando as pernas vacilam. A presença serene que nunca falha.







Para ti meu snow.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Finalmente

Finalmente é tempo de dizer adeus!
Sem mágoas, sem rancores, sem sentimentos de abandono! Sem lágrimas inúteis nesta espécie de união exclusiva de corpos.
Finalmente é tempo de encarar a verdade há tanto presente e que apenas uma das partes recusava ver.
Já era tempo de largar a bengala, que muitas vezes fazemos das pessoas que amámos e que não conseguimos deixar para trás .
É um processo difícil a habituação de não ter esta bengala, é um luto penoso, mas que tem de ser feito.
Deixemos de sofrimentos retardados ao adiar o que é berrante.
Deixemos-nos de sulcos cravados na face pela pressão das lágrimas.


Finalmente é tempo.... na primeira frase referi: "de dizer adeus".

Agora não sei!!!

Finalmente será tempo de negar tudo o que amámos? Finalmente será tempo de esquecer, de desfazer laços, de invadir o nosso diálogo com meros: "tudo passa", "o tempo leva" ou a "vida continua"?
Será honesto e justo?
Será melhor ignorar a falta que ignorar a realidade? Ou vice versa?
Será melhor dizer que a nossa vida é agora um rio fluente (para que não nos consolem) se no final é um tanque de agua estagnada?

E finalmente, quem nós diz como vai ser o dia seguinte, sem o adorno rotineiro dos nossos dias?

Finalmente não é um tempo que se encare de bom tom, quando o tom fala de grandes amores....
Finalmente é uma perda demasiado fulminante para quem se habituou a viver da espera e da esperança, em que a primeira não gosta de correr e a segunda não gosta de ser abalada!






Não peçam para dizer que sim!
Neste momento a alma é um lugar vazio.
Neste momento não há luto, não há perda, não há esse finalmente... estou em guerra comigo mesma.

terça-feira, 7 de julho de 2009

E às vezes...

Às vezes é uma espécie de vazio isto que vai cá dentro.... e às vezes no final do dia ri-o como uma descrente... e às vezes no final do dia choro como que afortunada.... e a minha vida assim anda trocada.... ora ri-o se estou triste.... ora choro se me alegram... ora sonho ora desmaio desses encantos abandonados de menina....
E às vezes no silêncio da noite, o meu coração ouvesse ao longe, como um eco a cair de uma falésia.... e respiro e suspiro....
E às vezes é este frio de ti que me aconchega, é esta lembrança de ti que me sustenta, é este querer-te bem que me trás de novo a pulsação e recomeço rindo perdidamente desta mágoa desperta!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Paixão

"A paixão faz a pessoa deixar de comer, dormir, trabalhar, estar em paz. Muita gente fica assustada porque, quando aparece, derruba todas as coisas velhas que encontra.
Ninguém quer desorganizar o seu mundo. Por isso, muita gente consegue controlar essa ameaça, e é capaz de manter de pé uma casa ou uma estrutura que já está podre. São os engenheiros das coisas superadas.
Outras pessoas pensam exactamente o contrário: entregam-se sem pensar , esperando encontrar na paixão as soluções para todos os seus problemas. Depositam na outra pessoa toda a responsabilidade toda a responsabilidade pela sua felicidade, e toda a culpa pela sua possível infelicidade.
Estão sempre eufóricas porque algo de maravilhoso aconteceu, ou deprimidas por algo que não esperavam acabou por destruir tudo.
Afastar-se da paixão, ou entregar-se cegamente a ela – qual destas duas atitudes é a menos destrutiva?
Não sei."




In "Onze Minutos" de Paulo Coelho



quarta-feira, 1 de julho de 2009

No fundo da gaveta

Tenho medo de esquecer, tenho medo de lembrar.

Tenho medo de guardar um pouco de ti numa folha secreta, tenho medo de guardar um pouco da minha alma num fundo de uma gaveta, tenho medo de injectar um pouco da minha mágoa na veia da tristeza.

Tenho medo de perder, tenho medo de ganhar.

Cansada do movimento que percorre a linha recta desta lágrima escondida.

Fui subindo em espiral fingindo-me estafeta dessa lágrima perpétua que sai da ponta da caneta, que vai até ao fim da via lactea e caí no fundo da gaveta.