sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Conforto

Todos nós alojamo-nos naquele estado que nos dá um certo tipo de conforto.
Procuramos isso no trabalho, dispondo a nossa mesa como melhor achamos.... espalhando objectos que nos trazem lembranças, que nos lembram algo ou alguem, que nos trazem conforto.
Procuramos em casa.... decoramos cada espaço em conformidade com a harmonia que pretendemos! As cores são procuradas, os objectos são escolhidos, as formas são pensadas, a luz é projectada, em função do conforto!
Até no carro, procuramos ter as músicas, a estação de rádio, o terço, o boneco no vidro que nos traga conforto.....

Mas quem de nós, quantos de nós, quais de nós procuram o conforto do coração?

Quantas vezes já pensamos: Isto seria o melhor para mim, mas não é isto que quero!

Eu cheguei à conclusão que não sei estar confortável nos sentimentos, que não sei arrumar a minha alma como arrumo a minha casa!

Porque na minha casa, posso colocar ou retirar sempre que acho que já não fica bem, aquele quadro, aquele tapete.... aquela fotografia sempre a olhar para mim!

Mas a minha alma não se deixa arrumar, não deixa alterar memórias, não permite deitar no lixo os rostos que vivem emoldurados na lembrança.... esses rostos, essas histórias, essas vivências.... esses bocados de vida...

O conforto? Esse estado (que dizem) de espírito que é tão material!

1 comentário:

  1. Tudo depende de como encaramos as coisas...
    Apenas somos capaz de arrumar uma casa, um carro, tudo o que seja palpável, porque realmente cremos que são essas coisas mundanas que nos trazem tranquilidade, conforto, paz de espírito...
    O nosso problema é que deixamos de acreditar que o mesmo se pode fazer com os nossos sentimentos, com o nosso coração, com a nossa alma, porque deixámos de acreditar que são realmente essas coisas não materiais que nos dão paz...
    Quando voltarmos a acreditar em nós próprios e não tivermos medo de dizer o que sentirmos, a nossa alma ficará mais arrumada do que alguma vez qualquer coisa arrumada com as nossas mãos...

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