quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ela


Ela voltou a encher o coração, de um sopro forte e arrebatador.

Despiu-se diante de si e pensou que existe alturas na vida que é preciso mudar.

Mudou de braços entrelaçados nos dela, retomou o sorriso nos lábios de outra pessoa, ateou o seu olhar na plenitude de outros olhos.... mas o coração esse ainda era um caminho longo a percorrer e a alma um abismo ainda muito fundo para retornar.

Mas ganhou coragem de olhar em frente, ganhou coragem de aceitar que as coisas mudam de lugar, que as vidas lançadas ao mundo são peças de puzzle que nem sempre encaixam, que os sonhos raramente se realizam e que a felicidade é uma miragem de pouca gente.

Mas mesmo assim enxugou as lágrimas e erguei o queixo. Soltou uma gargalhada e respirou fundo.

Podia ser feliz!

Podia....

Mas talvez fosse apenas um engano esta entrega ridicularizada ao sexo.


Não podia dar mais nada que isso: Sexo....

Afinal não sabia dar mais nada, apenas não sabia!

O amor pleno e absoluto, total e fugaz tinha morrido, ou tinha sido esquecido... ou tinha sido arrumado a um canto, ou simplesmente estava lá cada vês que se olhava ao espelho, mas estava lá apenas por detrás do espelho.
Já não era palpável, já não se colava a si nas noites de luxúria....

Agora tinha outro corpo colado ao seu, outro sabor por entre os dedos, outro suor a correr sobre a pele.

Agora já não havia entrega.... agora havia apenas a facilidade que dois adultos têm de conceder prazer....

Mas que importa? A felicidade é tão remota, a felicidade é tão momentânea! Se aquela entrega lhe dava arrepios naquele momento, porque não adormecer como outrora adormeceu?

Adormeceu e pensou: que se dane o amor.... o sexo por sexo é a melhor forma de não magoar ninguém.... para quê exigir mais que isso!

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