segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sentimentos diferentes por ti


Sinto-me só, de uma solidão gritante, de um sufoco aniquilante..... de uma loucura perdidamente só.
Sinto-me tão só desde há tanto tempo, só nos momentos em que me fiz alento, só nos dias em que fui conforto.
Só nas angustiantes horas mortas, nas sombras das horas mortas, dos segundos rastejantes do pensamento.
Só porque tu te foste e nem chegaste, só porque me deixaste e nem partiste, só porque a ilusão morou só no meu convento.
Só porque foste sendo o tudo e o nada, porque o nada não morou em mim e porque o tudo nunca foi para mim o teu cartão de boas vindas.

Tenho-te uma mágoa extrema desta solidão que semeaste, da mágoa agreste que cravaste, nas palavras doces proferidas diariamente.
Ódio de ti por te ter amado tanto... e agora que o escrevi, ainda mais lamento a perda, imensa, do tempo que semeei nessa altura em que me julgava tua e era apenas um pedaço.

Ódio de mim por te ter demonstrado tanto, e tu no teu alto ego latejante, pisando as palavras que te dizia, inconsciente (por certo) da mágoa que me trazias.

Agora és o meu deserto mais violento, aquele que penei anos demais em busca do oásis que não era meu.
E nesse deserto de enganos, tu jamais serás vento de norte, porque eu deixei de ser o grão de areia que te fazia uma certa comichão!

Abençoado dia de vendaval, em que soltei as minhas mãos, voei para longe, cai no mar, no coração de uma ostra e virei um ser bem melhor!


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