domingo, 17 de maio de 2009
Ontem
Ontem chegaste de mansinho, como quem vem atrasado... deixando cair as roupas no chão do quarto para te aninhares a mim!
Foste entrando devagar por entre os lençois já quentes...
Abraçaste-me e foste dizendo coisas bonitas, achando tu que estaria a dormir...
Foste-me afagando o cabelo e beijando a mão, essa sim, adormecida por cima da almofada, sussurrando o quão bonita contínuava a ser.
E encaixaste a tua mão morena na minha... como que a dizer estarei sempre aqui!
E de repente relembro o nosso primeiro encontro, o meu primeiro fascínio, a tua primeira reacção de indiferença... como as coisas mudam.... agora estás aqui preso ao calor do meu corpo que alimenta o teu corpo gelado!
Sempre foste assim, meio a meio das palavras, quase um quase nada sentimental... sempre foste perfeito!
E eu sempre fui um quase tudo nas palavras...
Tu ías me dizendo: "não as gastes todas agora"... deixa algumas para depois....
Eu rematava dizendo: "amanhã haverei de inventar outras para te dizer, hoje estas são as que sinto, hoje são estas as que quero que ouças...."
E agora aqui estás tu... falando bom portugues aos meus ouvidos, de corpo nu junto ao meu e de coração ao alto!
Dizem que o corpo meu amor envelhece... mas o amor, esse floresce, enquanto houver um coração que bata em mim!
Adormeceste finalmente... e eu olho o chão do quarto onde deixaste as tuas roupas...
Sei que amanhã quando acordar... já não estarão aqui... e na cama ficará apenas o espaço que é teu...
Deixas um bilhete: "Volto mais logo".... e aqui estarei eu!
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